O Brasil foi eleito ontem pela Assembleia Geral das Nações Unidas membro não permanente do Conselho de Segurança (CS) da ONU, mas, apesar da cadeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o ensejo para fazer críticas à Organização. O chefe de Estado brasileiro cobrou a reformulação da entidade e a inclusão do Brasil no conselho permanente, chegando ao ponto de classificá-la como “superada”. Para Lula, só uma revisão na estrutura da ONU permitirá que ela recupere o peso político que tinha na época de sua fundação, no pós-guerra. As declarações foram dadas no município de Floresta, Sertão de Pernambuco, sertanejo, segundo visitado pelo petista na vistoria que vem fazendo nas obras da transposição do Rio São Francisco.
“Há 15 anos, o Brasil tem reivindicado uma reforma no conselho permanente da ONU. Nós estamos convencidos de que a ONU está superada. A ONU de 1948 não representa a correlação de forças existentes no mundo hoje. Nem geograficamente, nem politicamente, nem economicamente.”, destacou Lula, lançando mão de mais uma de suas metáforas para explicar seu ponto de vista.
“Estou convencido que esse negócio do Conselho de Segurança está como uma fruta madura. Ela já está passando do ponto de colher, daqui a pouco ela cai. E se os dirigentes da ONU, sobretudo os países que hoje mandam no Conselho de Segurança permanente, não aceitarem a reforma, eles serão responsáveis pela fragilidade da ONU”, analisou o presidente. Lula também defendeu, sem citar nomes, a inclusão de dois ou três países africanos e outros dois latino-americanos no Conselho de Segurança da entidade. “É preciso que se leve em conta a participação dos países dos vários continentes. Também não tem como explicar o Japão, a Alemanha e a Índia estarem fora. Se a ONU quiser voltar a ter representatividade, tomar decisões que sejam executadas, ela tem que ser reformada”, lamentou.( Artigo extraído da Folha de Pernambuco ).
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