domingo, 20 de dezembro de 2015

PRESOS POLÍTICOS ESTÃO SENDO MANTIDOS EM CONDIÇÕES SUB-HUMANAS NA PRISÃO SEBIN EM CARACAS VENEZUELA


SEBIN, A ECLÉTICA PRISÃO POLÍTICA DE MADURO






CARACAS - A metade dos presos por pensar diferente na Venezuela está na sede da polícia política em Caracas. Jovens, estudantes, mulheres e profissionais ficam juntos nas celas, enquanto tribunais sem juízes, atas engavetadas e causas enraizadas fora da capital atrasam os processos de 40 pessoas detidas no Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin). De 86 presos por motivos políticos, 40 estão nessa instituição e 37 foram detidos desde que Nicolás Maduro assumiu o poder, em 2013; cinco são mulheres e nove, estudantes. A média de idade dos detidos de Maduro no Sebin é de 30 anos. Os irmãos Otoniel, Rolando e Juan Bautista Guevara são os presos políticos mais antigos do local. De seus dez anos de detenção, oito foram cumpridos em Helicoide, como também é conhecida a sede do Serviço Secreto venezuelano. São os únicos presos da época de Hugo Chávez e foram acusados e condenados pelo assassinato do promotor Danilo Anderson. Os mais recentes, mas igualmente conhecidos da opinião pública, são Lorent Saleh, Rosmit Mantilla, Ronny Navarro e Inés González (@inesitaterrible). No entanto, nas diferentes sedes da Sebin existem outros detidos que são invisíveis para a maioria das pessoas. Uma senhora de 55 anos com sérios problemas de saúde, um homem com tuberculose, o vigia de uma ONG, um grupo de muçulmanos e até uma esteticista estão na lista de presos políticos do governo da Venezuela. Também há seis tuiteiros presos: Leonel Sánchez, Inés González, Víctor Ugas, Lessy Marcano, Ginnete Guerrero e María Magaly Contreras. O advogado e professor universitário José Vicente Haro explicou sua definição de políticos presos e presos políticos: — Os primeiros são pessoas que fizeram política a vida toda, que militam em partidos e inclusive exercem cargos de representação, e que lamentavelmente estão presos pela ação do Estado. Mas os presos políticos são os cidadãos comuns, que não militam em partido e simplesmente decidiram exercer seus direitos ao protesto, à expressão e foram presos e julgados por isso — analisa Haro. A advogada e diretora da ONG Fundação para o Devido Processo (que monitora violações de direitos humanos), Jaqueline Sandoval, considera que o número atual de presos políticos revela três coisas sobre o atual governo: “sua inseguridade no exercício do poder, seu temor de que a sociedade se rebele contra suas péssimas políticas e sua consciência de que tem menos apoio”. — Muitos dos presos políticos são jovens, estudantes ou profissionais que se preocupam com o destino do país, e são eles que o governo vê como inimigos, os que pensam diferente — afirma Jaqueline.        ( Fonte Sitio O Globo ).